sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Sustentabilidade, o Rio + 20 e meus pais.

      Estamos no final da Conferência Rio + 20 e até agora nada de conclusivo foi dito ou feito. NADA MUDOU pelo menos ao meu ver! As coisas continuam no ar, as mudanças necessárias foram adiadas, os países ricos não vão mudar sua forma de agir com o planeta e os pobres que se virem e tentem fazer alguma coisa "pelo bem de todos e geral da nação". 
      As pessoas falam tanto de sustentabilidade no Rio + 20, mas eu cresci numa casa em que: meus pais criam galinhas para além dos ovos e carne, aproveitarmos o esterco na horta orgânica, de onde tiramos praticamente todas as nossas verduras e legumes, além de adubar todo o jardim/pomar, com diferentes frutas e quase todas que posso pensar. É orgânico não por "modismo" como a palavra se tornou hoje, mas por acreditar que agrotóxicos fazem mal a saúde e que não se precisa deles para plantar. Para quê ter legumes e frutas grandes, lindas e contaminadas, se as menores e naturais são infinitamente mais gostosas, saborosas. Fui criada com o orgânico desde bebê, e na década de 80 os produtos assim chamados não eram tão inflacionados como hoje.
      A água de chuva é escoada por calhas e são armazenadas em caixas d'águas espalhadas pelo quintal. Esta água que será usada para lavar todo quintal, além de regar a horta e pomar.

      Meus pais me ensinaram a separar o lixo orgânico, do reciclável e do que não aproveitaríamos mais, cada um em um balde diferente e não eram coloridos como hoje em dia. 

       As cascas dos alimentos são jogadas para as galinhas (e por fim, viram esterco), o resto do alimento que a galinha não poderia comer, meus cães se encarregam da "difícil" tarefa com muito gosto. Até minha cachorra é "orgânica/vegetariana" não liga a mínima para ração, mas enlouquece com qualquer fruta, principalmente laranja e abacate (arranca várias do pé - ok que ela quebra alguns galhos para isso, mas...). As galinhas são "orgânicas" porque são alimentadas basicamente com milho e verduras.
      Tive e criei diversos jogos com tampinhas de garrafas, resto de madeira, plástico e tudo mais que se possa imaginar. Inclusive tive a tão "sonhada cozinha de boneca" para brincar, feita com reciclados. A mesa de apoio era uma velha tábua de passar roupa, com um furo no meio onde havia uma vasilha de plástico como pia. Também havia uma torneira (que saia água de verdade) e uma mini caixa d'água. Um fogão feito de madeira pintado, com portinha de forno e muito mais coisas legais. Tudo criado e montado pela minha mãe, uma excelente pedagoga!!!!

      Tinha xadrez, dama, caça aranha, dardo, descubra as 3 cores e mais outros, além de bonecas com restos de tecidos. Para a maioria das crianças seria meio sem graça, mas eu adorava (ainda guardo minha boneca!). Isso não quer dizer que não tinha meus brinquedos comerciais de loja, mas era muito divertido criar e construir um brinquedo com meus pais.
      Eu e meus irmãos crescemos com essa educação. Roupa e brinquedos passava de um para o outro conforme iam crescendo e quando por fim, já não nos serviam em tamanho, eram doadas. Os livros sempre estiveram presentes pela casa e os didáticos sempre andando para 'frente" cada ano com uma criança diferente. Livro não foi feito para enfeitar estante, foi feito para ser lido e compartilhado.
     Cresci assim, com tudo isso e em uma época em que não se falava de sustentabilidade, em que ninguém discutia o futuro do planeta, mas tive um diferencial: meus pais. A educação que me deram, na época, já era infinitamente melhor do que a desses políticos que fingem discutir "sustentabilidade" nesse encontro catastrófico mundial.
      

Um comentário:

  1. O Rio+20 foi uma grande palhaçada ao meu ver tanto estardalhaço para nada, só para mais uma vez enganarem os bestas que se dispõem a acreditar. Nossa sua infância foi muito legal desde cedo uma vida super correta e ajudando o meio ambiente. Super curti a iniciativa dos seus pais.

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